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quinta-feira, 29 de julho de 2010

CARNE E FRANGO MAIS CARO

Do Jornal do Commercio

O consumidor está desembolsando mais dinheiro para levar a feira para casa. Os preços das carnes de frango e bovina estão acima dos cobrados há cerca de um mês. “A carne bovina aumentou, em média, 10%, enquanto o frango registrou uma alta (também média) de 12%”, estimou ontem o presidente da Associação Pernambucana de Supermercados (Apes), Edivaldo Santos. Mesmo com o cálculo médio da Apes já ficando acima dos índices inflacionários, é possível encontrar reajustes ainda maiores em algumas redes do Estado, chegando a um aumento de 39% sobre o valor da carne bovina.

Numa rede de supermercado, o frango congelado custava R$ 2,89 o quilo há 30 dias e ontem estava por R$ 3,35, com alta de 15,9%. No mesmo local, o quilo de Chã de Dentro era R$ 9,67 há um mês e passou para R$ 13,49 – um aumento de 39,5%. “O preço da carne está salgado e vou diminuir a quantidade”, disse a dona de casa e doméstica aposentada Joaquina Deodora da Conceição, que estava em supermercado da Rosa e Silva, na tarde dessa quarta (28).

O aumento do preço da carne bovina está ocorrendo em todo o País. A oferta do boi gordo diminuiu na principal região produtora do País - o Centro-Sul - devido à crise internacional de 2008. Nesse período os grandes produtores não investirem na expansão dos seus rebanhos. A turbulência mundial provocou uma queda no consumo – cenário visto até o ano parte de 2009.

Outro motivo que contribuiu para a alta do preço da carne bovina foi a entressafra que começou este mês e vai até setembro. “Nesse período, chove pouco no Centro-Sul do País. A pastagem diminui, o boi fica mais magro e os produtores fazem menos abates”, explicou a economista do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), Jackeline Natal. Os produtores ganham mais quando o boi está gordo.

O aumento do preço da carne bovina vem ocorrendo desde o começo do ano na Região Metropolitana do Recife, como mostra um levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na pesquisa do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), responsável por medir a inflação. Nos seis primeiros meses deste ano, ocorreu uma alta de 5,92% na Chã de Dentro, 3,87% no Acém e 5,58% no peito.

A alta da carne bovina deve se manter durante a entressafra, segundo dois executivos da área de varejo. Na terça-feira, o preço da arroba do boi gordo alcançou o maior preço na praça paulista de Barretos (no interior de São Paulo) desde novembro de 2008. O local é um dos que determinam o preço do produto no País. “Em outubro, o preço da carne bovina deve voltar ao mesmo patamar de maio último”, argumentou Santos.

Já a alta do valor do frango envolve pelo menos dois fatores: o aumento das exportações do produto – com redução no mercado interno – e o fim do frango temperado. Segundo Santos, alguns frigoríficos acrescentavam água com tempero ao frango e isso barateava o preço final do produto. “No meu entender, o fim do frango temperado foi bom para o consumidor. Em alguns casos, o cliente levava mais água do que os 12% médios de aumento que estão sendo cobrados agora”, afirmou.

“O consumidor deve usar a imaginação, levar o similar mais barato e até variar o cardápio para combater a alta no preço dos dois produtos”, aconselhou a economista Jackeline Natal. Ela destacou que a carne de porco registrou uma queda de preço de 10% nos primeiros seis meses deste ano, segundo dados do IBGE.

Ela argumentou que o consumidor deve ficar atento porque o aumento foi mais alto em alguns cortes. “Às vezes, o frango em pedaços está mais barato do que o inteiro”, concluiu.

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