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Mais de 10 candidatos declararam ter recebido acima de R$ 100 mil para campanha
A primeira prestação de contas dos candidatos a deputado estadual aponta para o que é dado como certo no meio político: conquistar uma das 24 vagas da Assembleia Legislativa será caro. Mais de 10 candidatos declararam, ao Tribunal Regional Eleitoral de Pernambuco (TRE-PE), ter recebido acima de R$ 100 mil em doações nas primeiras quatro semanas de campanha. Essa quantia supera os valores informados pela maioria dos candidatos ao governo do estado e ao Senado. Há 464 políticos disputando uma cadeira de deputado estadual.
Ao todo, os candidatos à Assembleia Legislativa receberam doações de R$ 3,44 milhões e já gastaram quase 70% do valor obtido de partidos políticos, pessoas jurídicas e físicas ou do que tiraram do próprio bolso. A lista dos campeões de arrecadação é encabeçada por Botafogo Filho (PSDB), com R$ 216 mil. O montante supera em mais de 15% os recursos detalhados pelo ex-prefeito de Gravatá Joaquim Neto (PSDB), o segundo colocado com R$ 179 mil. No fim de julho, o ex-gestor declarou apoio ao governador Eduardo Campos (PSB), contrariando a orientação do seu partido, que integra a coligação do senador Jarbas Vasconcelos (PMDB).
A soma das despesas declaradas ao tribunal pelos candidatos atingiram R$ 2,35 milhões. Esse valor, assim como o montante relativo às doações, pode ter sido bem maior. É que somente 110 dos 464 candidatos, o que representa 23,7% do total, declararam o recebimento de ajudas e de despesas. Mais da metade dos pretendentes a uma vaga na Assembleia afirmou não ter investido ou gasto desde o início oficial da campanha, em 6 de julho. Por outro lado, cerca de 100 candidatos tiveram problemas com os arquivos de prestação de contas encaminhados ao TRE-PE e serão obrigados a reenviá-los.
Os gastos já contabilizados são um bom termômetro da dimensão da disputa entre os candidatos a deputado estadual. Embora não tenha sido o que mais arrecadou até então, Aglailson Júnior (PSB) aparece no topo da lista com a maior despesa. O socialista, que tenta a reeleição, obteve R$ 170 mil em doações. Ele já gastou R$ 166 mil. Na segunda colocação, Betinho Gomes (PSDB) atestou investimentos de R$ 150,1 mil contra R$ 150,3 mil arrecadados. O ex-vereador do Recife, Clóvis Correia (PHS), é o terceiro no ranking. Ele desembolsou R$ 142,3 mil, tendo quase tudo sido investido na compra de equipamentos para divulgação de sua candidatura, como bicicletas.
Nos bastidores políticos, afirma-se que o volume maior de recursos costuma ser empregado nos últimos dias de campanha. E alguns políticos parecem estar preocupados com isso. Dezoito candidatos informaram ter recebido doações e sem executar qualquer gasto. É o caso do vereador recifense Gustavo Negromonte (PMDB), apontado como um dos possíveis campeões de voto da coligação Pernambuco Pode Muito Mais. Na semana passada, o peemedebista tinha em caixa R$ 80 mil. O caso se repete com o ex-prefeito de Belo Jardim, João Mendonça (DEM), com R$ 25 mil. O democrata teve o pedido de candidatura impugnado pelo Ministério Público Eleitoral (MPE), mas foi absolvido por unanimidade.
Um dado curioso é que quatro dos candidatos declararam contas no vermelho. Entre eles, dois são deputados. O ex-secretário estadual de Turismo, Sílvio Costa Filho (PTB), disse ter gasto R$ 44,6 mil sem dispor de doações, enquanto Soldado Moisés (PSB) apontou a despesa de R$ 12,9 mil.
- R$ 3.447.171,59 foram arrecadados pelos candidatos a deputado estadual
- R$ 2.354.350,72 foram gastos
- 464 candidatos fizeram pedido de registro de candidatura
- 88 declararam ter recebido doações e efetuado gastos
- 18 informaram o recebimento de doações, mas nada gastaram
- 4 disseram ter feito despesas sem receber qualquer doação
Maiores arrecadações
Botafogo Filho (PDT) - R$ 216.000,00
Joaquim Neto (PSDB) - R$ 179.000,00
Aglailson Júnior (PSB) - R$ 170.000,00
Betinho Gomes (PSDB) - R$ 150.300,00
Clóvis Correia (PHS) - R$ 152.000,00
Fonte: TRE-PE
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